Artigo: A Indústria da Moda como estratégia para o desenvolvimento de Itapagipe
*Por Rosemma Burlacchini Maluf
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- A Península de Itapagipe vem experimentando desde 1997 diversas iniciativas voltadas para o seu desenvolvimento, resultantes de um acordo de cooperação de um grupo de instituições, na sua maioria públicas, capitaneadas, na época, pelo Banco do Nordeste/PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Governo do Estado e Prefeitura Municipal. - É fruto de um processo participativo de construção coletiva, congregando moradores, empreendedores, entidades e instituições com intervenção no local, que já produziram resultados importantes para a região, com reflexos positivos para o restante da cidade. Tem como destaque o fortalecimento organizacional, o fortalecimento do capital social, a integração das instituições que atuam no território e a construção coletiva do Plano Referencial de Desenvolvimento Sustentável da Península de Itapagipe (metodologia GESPAR). - A ação apresenta o diagnóstico, objetivos, estratégias e propostas concretas para impulsionar o desenvolvimento local, sendo eleito como prioritário o Plano de Desenvolvimento dos Setores Produtivos, através do incentivo ao empreendedorismo e às atividades produtivas inerentes à cultura e potencialidades locais, a exemplo da industria do vestuário. - O Projeto do APL de Confecções da Rua do Uruguai e entorno foi concebido como uma estratégia para o desenvolvimento da Península de Itapagipe, alinhado com as diretrizes do Plano Referencial de Desenvolvimento Sustentável da Península de Itapagipe. O lançamento do Programa de Requalificação da Península de Itapagipe - projeto de Responsabilidade Social Empresarial do shopping Bahia Outlet Center -, aconteceu em abril de 2003, em conjunto com os parceiros institucionais (SEBRAE, FIEB, Governo do Estado e Prefeitura Municipal). - A proposta do projeto piloto era aproveitar e dinamizar as potencialidades e vocações locais, e posteriormente, agregar ao produto (moda) características da nossa identidade cultural como diferencial competitivo. E assim, considerando o APL como “centro dinâmico” do desenvolvimento local, a partir do fortalecimento do Pólo Industrial de Confecção Rua do Uruguai (epicentro do projeto APL), promover uma dinâmica social e econômica capaz de detonar uma nova fase de desenvolvimento e prover o bem-estar coletivo. - Em 2005, o Projeto foi um dos selecionados para integrar o Programa Progredir, uma ação do Governo do Estado da Bahia. Atualmente o Projeto é conhecido pelo nome de APL de Moda da Bahia por ter ampliado seu foco de atuação, atendendo as redes empresariais da RMS e de Feira de Santana. - A reorganização, a coordenação e o planejamento integrado da estrutura produtiva da Península de Itapagipe é essencial para a criação de um novo campo potencial de crescimento, com o objetivo de consolidar a região como centro e marca referencial da indústria da moda baiana, pela consolidação do Arranjo Produtivo Local – APL. - O incremento da atividade econômica local irá gerar riqueza e empregos, fomentar o turismo de negócios e diminuir diferenças, revertendo o lucro em capital para a própria região e, por conseguinte, para a cidade. Por isso, podemos afirmar que o Projeto do APL de Moda se refere a uma tecnologia social inovadora, na medida em que promove, incentiva e divulga o acesso e a apropriação do conhecimento técnico-científico, de maneira a contribuir para a redução das desigualdades econômicas e sociais no epicentro do APL de Moda da RMS, a Península de Itapagipe. - - *Rosemma Burlacchini Maluf é administradora de empresas, pós-graduada em marketing. Atua como diretora do shopping Bahia Outlet Center e é membro da Diretoria executiva da Associação Comercial da Bahia - ACB, onde coordena a Comissão temática de Comércio. - Também coordena o Comitê Gestor do Projeto do Arranjo Produtivo Local de Moda do Estado da Bahia – SINDVEST / SECTI / SEBRAE / FIEB e é membro do Conselho de Administração da Fundação Instituto Miguel Calmom de Estudos Sociais e Econômicos – IMIC.
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